Profissional reconhecido entre os mais influentes do país na cobertura de esportes, Milton Neves é o entrevistado de João Vítor Xavier no CNN Esportes S/A deste domingo (28). Com ritmo de trabalho reduzido em função de uma depressão que enfrentou após a morte da mulher, Lenice, em 2020, o radialista admitiu que pretende voltar à TV e ao rádio em algum momento: “Se não eu morro mais cedo. Se eu não voltar, vou ficar louco. Eu e o microfone estamos lado a lado desde 1969”, falou.
Com o conhecimento de quem acompanha futebol há décadas, Milton Neves fala sobre os ídolos de ontem e de hoje, sobre o seu Santos Futebol Clube, sobre a crise no Corinthians e o atual cenário da Seleção Brasileira.
“É muito fácil meter o pau no técnico, tanto é que eu tô defendendo muito o Dorival Júnior. A nossa seleção é uma porcaria, mas a culpa não é dele. Ele não tem quem convocar, a Seleção Brasileira hoje é de série D. Se jogasse com esses finalistas da Copa América, era goleada. Não temos mais jogador”.
Segundo ele, o Brasil tem bons jogadores, mas “para clube”, não para a seleção. “O Brasil tem uma camisa que é muito forte, amedronta o adversário, mas se aparecer com esse monte de jogador comum, daqui a pouco a gente vira a Venezuela”.
Sem receio de dizer o que pensa, lembra que sempre apoiou Neymar, sem contudo deixar de criticá-lo. “Sempre falei: ‘Neymar, você tá muito chato, você quer aparecer mais que a bola’”. E vai além: “[Ele] Tá ganhando uma fortuna, parabéns pra ele, mas não joga.”
“Eu queria que o Neymar sarasse e deixasse de ser mascarado e encrenqueiro para ele conduzir a Seleção Brasileira, porque ele recebeu um talento de Deus muito grande. Se tivesse um pai profissional, ele estaria em outro patamar. Mas é um jogador raríssimo”.
Sobre Vini Jr., afirma que ele “não é o melhor do mundo”, “mas é bom”. E avalia que “lá no Real Madrid, joga muito mais, mas aqui ele tem companhia fraca”.
Neves lembra que sua vida foi norteada pelo Santos e por Pelé, que, assegura, nunca lhe negou uma entrevista. Na atual fase, reconhece a ocorrência de erros do clube, sem deixar de acreditar no técnico e no resgate do time. “O Santos é imortal”, define.
Já o Corinthians, diz, “é o time que tem mais apoio da imprensa”, com bons patrocinadores e sob pressão da fiel torcida. “Eles não conseguem entender quando o time está em má fase de jeito nenhum”, observa. “Se cair [para a 2ª divisão], volta no ano que vem.” E provoca: “Se o Corinthians tivesse uma Leila, não estaria nessa situação”, em referência à dirigente do Palmeiras, Leila Pereira.
CNN Esportes S/A: domingo, às 21h15, na CNN Brasil