A Globo foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização a mais do que a acordada em 2017, para o filho do cinegrafista goiano, Ari Júnior, uma das vítimas fatais do voo da Chapecoense, em 2016. Segundo o site ‘Notícias da TV’, a emissora pagou um valor acordado com os herdeiros do profissional, mas descontou R$ 196,124,53 relativos ao Imposto de Renda – algo comum em grandes quantias.
Na ação, Alisson Carlos Araújo Silva, filho do cinegrafista, alegou que o valor não deveria ter sido descontado e a emissora deveria ter arcado com todos os impostos integralmente, sem descontar do valor repassado aos filhos. O juiz
Erick Scarpin Brandão, da 28ª Vara Cível do Rio de Janeiro, concordou com o argumento de Alisson.
– O Instrumento Particular de Transação estabelece o valor a ser pago na Cláusula 3.1, sem qualquer menção a eventual incidência de tributo, o que ensejaria a redução do montante a ser recebido, levando à crença do beneficiário de que receberia, na integralidade, a quantia expressa no contrato” – diz a sentença.
Com o valor ajustado a inflação, a Globo foi condenada a pagar R$ 302.075,42, e mais juros de 1% ao mês desde que o processo foi interpelado, em 2020, além das custas processuais e os honorários dos advogados do filho do cinegrafista.
O cinegrafista trabalhou por mais de 20 anos na Globo e fazia imagens para o núcleo esportivo, tendo destaque pelo trabalho de captação de imagem de belas paisagens na série ‘Planeta Extremo’. Além de Ari, os repórteres Guilherme Marques e Laion Espínola e o produtor Guilherme van der Laars eram outros contratados da Globo no voo.
Outros jornalistas, assim como jogadores, comissão técnica, dirigentes e tripulantes, totalizando 71 pessoas, morreram no acidente da Chapecoense, em Medellín, na Colômbia, no dia 28 de novembro de 2016, quando o clube catarinense viajava para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana daquele ano. Apenas seis pessoas sobreviveram.
Ari Júnior começou a carreira como porteiro da TV Serra Dourada, afiliada do SBT na capital goiana, onde, posteriormente, também foi cinegrafista. Na década de 1990, trabalhou na TV Anhanguera, onde fez imagens marcantes, como da Caminhada Ecológica entre Aruanã e Goiânia, às margens do Rio Araguaia, em 1996.
Depois de 1997, Ari foi para a TV Globo em São Paulo e, em 2012, foi convidado a trabalhar na TV Globo RJ. Em abril de 2015, ele fazia parte da comitiva que estava no Nepal quando houve um terremoto, que matou milhares de pessoas. As imagens feitas pelo cinegrafista goiano rodaram o mundo.
Quando não estava em viagens para a gravação do programa Planeta Extremo, costumava atuar fazendo coberturas esportivas.
Ari nasceu em Goiânia, mas morou em Trindade antes de seguir para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro.
