Conheça um pouco da história profissional daquele que é considerado o “maior narrador esportivo do Brasil” em Goiás

Neste domingo,11, o narrador esportivo Edson Rodrigues, 78 anos, completa 61 anos de uma carreira brilhante no rádio brasileiro. Neste dia, ímpar ele reestreia na Rádio Bandeirantes Goiânia 820 AM (Feras do Esporte) para narrar o maior clássico do Estado de Goiás: Vila Nova x Goiás, às 16h, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia.
Edson Rodrigues nasceu em 5 de abril de 1943, em Amanhece – um distrito de Araguari-MG, no Triangulo Mineiro. A primeira partida que narrou foi Fluminense de Araguari 4×1 Ponte Preta – SP para Rádio Araguari PRJ 3, aos 17 anos. Quem descobriu o talento do ainda menino foi o saudoso Ney Montes que o viu narrando uma partida de handebol.
Quatro messes depois, Edson foi convidado para trabalhar na Rádio Cultura de Uberlândia-MG. Lá narrava as partidas do Uberlândia Esporte Clube, Fluminense de Araguari e Floresta ao lado de Jota Júnior e outros expoentes da crônica esportiva daquela época.
Em 1963, Edson a família se mudaram para Brasília-DF. Um ano depois, chegou em Goiânia-GO onde sua primeira oportunidade como narrador foi na Rádio Anhanguera convidado por Nikerson Filho. Pouco tempo depois foi para Rádio Clube, logo depois na Rádio Imprensa de Anápolis. Em 1966, foi narrador da Rádio Itatiaia, em Minas Gerais, depois da Rádio Guarani.

Em 1972, voltou para Goiânia onde trabalhou na “Equipe do Povo” que era comandada pelo saudoso e amigo Mané de Oliveira. Depois disso, a voz marcante de Edson Rodrigues conquistou o público goiano e nunca mais o “Monstro Sagrado” deixou o Estado de Goiás.
Batizado com o slongan de “Melhor Narrador Esportivo do Brasil” pelo também radialista e, hoje, senador Jorge Kajuru, Edson Rodrigues acumula passagens pelas principais rádios goianas. Entre elas, Rádio Brasil Central, Rádio Anhanguera, Rádio Difusora, Rádio K do Brasil (depois Rádio 730 e atualmente Rádio Sagres), Rádio Bandeirantes, Rádio Band News FM.

“Nunca fui dispensado [de uma rádio]. Sempre sai com propostas vantajosas e sempre deixando as portas abertas”, disse Edson Rodrigues com exclusividade ao blog. Durante a entrevista ele ainda lembra: “Ao longo de 61 anos, eu narrei mais de 11 mil gols e mais de quatro mil jogos. Estou feliz por ter feito parte do grande rádio esportivo de ontem e estar na ativa até hoje”, completa.
Jogos da vida
Edson revela ao blog suas principais emoções ao longo da carreira. A primeira, foi em 1973, quando a decisão do Campeonato Goiano terminou na madrugada no Estádio Olímpico, em Goiânia. Outra lembrança é o ‘famoso” 5 a 3 entre Vila Nova x Goiás. O Goiás vencia por 3 a 0 e o Tigrão virou para cima do maior rival.
“O jogo do Atlético, contra o Goiás com gol do Anaílson do finalzinho também foi emocionante. Faltando poucos minutos pra terminar o jogo, em 2007, o Atlético ganhou. São muitos jogos emocionantes, não tem como apontar apenas um”, explica ao blog.
Homenagem
Neste domingo, a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás (ACEEG) irá homenagear Edson Rodrigues. A entidade classifica a data como “dia histórico” para “comunicação brasileira” e reconhece o trabalho do profissional ao longo de mais de seis décadas.
Leia abaixo o texto na integra assinado pelo presidente da ACEEG, Lucimar Augusto!
Hoje, 11 de abril é um dia histórico para a comunicação brasileira. Para nós da Crônica Esportiva de Goiás, dia de celebração e reconhecimento.
Há 61 anos atrás, no dia 11 de abril, Édson Rodrigues de Oliveira, conhecido no mundo da comunicação como Édson Rodrigues, narrava seu primeiro jogo. Era o início de uma carreira gloriosa de um dos mais criativos locutores esportivos do País, de todos os tempos. Ele afirma ter se espelhado nas narrações de Pedro Luiz, mas a imagem deste espelho foi retocada pelas mãos de Deus. Mesmo tendo em quem se espelhar, Édson trouxe para a locução esportiva um estilo completamente revolucionário, capaz de manter a vibração empolgante do primeiro ao último minuto do jogo. De uma voz nítida, clara, cristalina, belíssima vem a emoção do apito inicial, ao apito final do jogo.

Édson surgiu e fez sucesso imediato. Conquistou logo a audiência, primeiro na sua cidade natal, Araguari, depois Belo Horizonte, Anápolis, Rio de Janeiro e Goiânia, onde se identificou com a simplicidade da cidade e seu povo e fixou residência, não se mudando mais, a partir de 1972.
Nesta carreira longévola Édson ganhou a audiência nestes 61 anos de atividade, independente do prefixo onde atuou. Nenhum profissional do rádio brasileiro conseguiu marca que se aproxima. Foi assim que ele foi adjetivado do Melhor Locutor Esportivo do Brasil.
Nunca houve acomodação no trabalho de Édson Rodrigues. Os melhores bordões da narração esportiva, repetidos Brasil afora são criações dele, adjetivos como Locomotiva Rubro-negra (Atletico), Avião Verde (Goiás), Máquina de Vermelho (Vila Nova), Leão da Serra (Lincoln), Diabo Loiro (Paguette), Pérola Negra (Guilherme), Búfalo Bill (Bill) são criações dele, que outros locutores copiaram para outros clubes e atletas. Seu grito de gol já foi do “e gol….e gol….e gol”, passando para “reeedee”. Tem o “levanta que vem mais”, para o goleiro que tomou o gol, o “hora olha a hora”, para chamar o tempo de jogo e o “relógio que atrasa não adianta” para informar a hora certa.
Quantos mil gols Édson já narrou???? Com certeza passa de 11. Quantos jogos foram transmitidos pela sua brilhante narração??? Com certeza passa de 4.000. Quantos programas apresentados???? Quantas horas tem está voz no ar nestes 61 anos?
Uma história escrita por três fatores: profissionalismo, humildade e dedicação. Édson ama o que faz e nasceu para narrar futebol. Foi um designado por Deus para cumprir esta missão na terra e graças ao seu trabalho o futebol foi valorizado entre o povo, pois não tem quem não se encante com sua narração.
O profissional Édson Rodrigues é conhecido em todo o Estado de Goiás e do Brasil, em várias partes do mundo e influenciou centenas de profissionais a seguir a profissão: ninguém deu conta de imitá-lo…..seu talento é único. Deus quebrou a forma de montar a máquina de transmitir emoção com a voz, logo após ter dado a ele está característica. Daí vem toda a pompa e superioridade na arte de narrar futebol.
Mas o homem contrasta com todo este glamour. Nada de pompa, nada de se sentir superior a quem quer que seja. O homem Édson Rodrigues é o exemplo de humildade. Nada de ostentação, nada de estrelismo, nada de arrogância. O homem Édson Rodrigues é ligado a família: carinho e atenção a esposa, dona Leila, os filhos, filhas, noras, genros, netos e netas. O homem Édson Rodrigues é benevolente, religioso, tem um coração enorme e nele abriga com lealdade e ternura seus amigos, como se fossem seus irmãos.
Édson completou recentemente 78 anos de vida e vende saúde: cuida da voz e da forma física com disciplina alimentar e regras de vida: nunca bebeu, nunca fumou, nunca foi de noitadas e evita o exagero na hora de se alimentar. Isto explica porque continua narrando futebol como a 61 anos atrás.
Édson é fenomenal. Não foi por acaso que se tornou conhecido como o “Monstro Sagrado do Rádio Brasileiro”.
Por isto, vou sugerir a bancada goiana na Câmara Federal que institua o dia 11 de Abril, como o Dia Nacional do Narrador Esportivo. Porque neste dia, o maior de todos eles iniciou sua trajetória que mudou os caminhos do rádio esportivo brasileiro. Mudança que refletiu em um novo jeito de transmitir futebol pelo rádio no mundo inteiro.
Parabéns Édson Rodrigues. Que Deus te ilumine com este vigor e esta capacidade única de continuar narrando maravilhosamente bem por muitos e muitos anos. Você se tornou eterno graças a sua capacidade de narrar futebol. Em tempo algum você será esquecido.
Lucimar Augusto presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás.

Comentarios Recentes
Tive o prazer de trabalhar com o monstro sagrado do rádio goiano. Parabéns pela brilhante carreira, que Deus o abençoe. Saúde e paz. Do amigo, Edson Cury