Kajuru supera reloginho e esparadrapo para falar quase tudo no “Sob Controle”

Por Bruno Freitas

A metralhadora giratória de Jorge Kajuru nunca havia encontrado um lugar tão propício para ser disparada. No comando do “Kajuru Sob Controle”, no Esporte Interativo, o popular ex-apresentador encontra um formato que o convida a falar o que pensa, quase sem censura. Assim, exatamente como nos bons tempos na TV aberta, nenhuma demanda de opinião acaba em cima do muro. Aos 50 anos, o jornalista mostra energia em alta para criticar aqueles que, em sua opinião, representam o mal do futebol brasileiro.

Depois de problemas de saúde que afetaram sua visão e de desligamentos profissionais desgastante em emissoras abertas, Kajuru parece ter recuperado o ânimo de trabalhar. Junto veio de volta o melhor de sua veia crítica, tão polêmica quanto admirada, como atestam seus numerosos seguidores no Twitter. No Esporte Interativo, o comentarista propagandeia ter uma liberdade de atuação nunca antes desfrutada. Por isso, em alguns momentos, seu desempenho à frente das câmeras parece até com um espetáculo de humor stand-up, com características cênicas.

“100% de liberdade editorial você não tem em nenhuma emissora do Brasil. Mas eu diria que no Esporte Interativo encontrei a maior felicidade da minha carreira. Nunca encontrei um lugar tão bom para fazer o tipo de programa que eu queria, para ironizar, gozar. Para chamar bandido de bandido ironizando”, disse Kajuru ao UOL Esporte Vê TV.

O veterano jornalista divide o estúdio do “Sob Controle” com Kelly Dias. A jovem apresentadora funciona para Kajuru como uma espécie de escada, termo do humorismo usado para aquele comediante que prepara a piada para o protagonista da cena. Ela também tem a desafiadora missão de frear o comentarista quando é preciso, chamando o companheiro carinhosamente de “Kaju” para tentar domar a fera.

Uma das graças do programa é o relógio em contagem regressiva em que Kajuru (teoricamente) precisa encaixar sua opinião sobre determinado tema. O reloginho fica exposto na tela para que o espectador também monitore a disciplina do jornalista. Mas aí vê-se que o falastrão apresentador não está lá assim totalmente “sob controle”. Invariavelmente ele estoura o tempo de comentário, mesmo quando ganha da mediadora um minuto extra para falar.

Kajuru interage com a jovem ininterruptamente, dando uma bronca na jornalista que revela no ar o seu time e aproveitando a piada quando ela chama os comerciais e o próximo bloco. “Bloco é coisa de pedreiro, minha filha”. Mas o melhor mesmo fica para o teor de suas críticas. Veja a seleção abaixo, colhida nos programas de segunda e terça-feira (1 e 2 de agosto).

ISSO É JORGE KAJURU

Abaixo um pouco de Jorge Kajuru, aquele apresentador que hoje em dia se apresenta ao espectador como “ex-gordo, ex-diabético, ex-feio e ex-pobre” (versão adaptada de sua tradicional apresentação dos tempos de Band e RedeTV!).

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No “Sob Controle” de segunda-feira, Kajuru abriu o programa com uma lista que chamou de bombástica em mãos, prometendo revelar o conteúdo dela no fim da atração. Promessa feita e cumprida. Após algum suspense, o jornalista relacionou 11 treinadores que, em sua opinião, são melhores que Mano Menezes, atual comandante da seleção brasileira. Entre eles o impopular Dunga, responsável pela equipe nacional na última Copa.

Na terça, Kajuru voltou a disparar contra Mano Menezes e acabou ganhando da colega de estúdio um esparadrapo na boca. Mesmo com a brincadeira de Kelly, o comentarista conseguiu repetir a lista de “técnico melhores” e ainda apresentou outra, formada por “treinadores do mesmo nível” do comandante da seleção, em sua opinião.

uolesportevetv.

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