O ex-jogador Edmundo conseguiu uma liminar de soltura na Justiça do Rio de Janeiro e poderá deixar a prisão onde se encontra em São Paulo. A decisão aconteceu na tarde desta quinta-feira, pouco antes de o comentarista de TV ser levado pela polícia carioca, que deslocou duas viaturas e seis agentes para transportá-lo.
Edmundo já havia deixado a cela e estava em uma sala à espera dos policiais da Divisão de Capturas da Polícia Interestadual (Polinter) do Rio quando recebeu a notícia. Apesar de os cariocas voltarem de mãos abanando, o delegado responsável pela ação minimizou o fato.
“Perda de tempo nunca é, pois estamos trabalhando”, afirmou o delegado Renato Ribeiro, que ficou perdido com seus colegas na capital paulista e, com isso, se atrasou por mais de duas horas.
A polícia paulista agora aguarda um fax com a confirmação do alvará para liberá-lo.
Na sequência, o ex-jogador seguirá para o Instituto Médico Legal (IML) no 91º Distrito Policial para realizar o exame de corpo de delito. De lá, ele está livre e pode ir para casa.
“O Edmundo não vai precisar ir para o Rio de Janeiro. Ele já está livre. Ele estava confiante e agora está bem mais tranquilo”, comentou Beatriz Saguas, advogada que representa o ex-jogador em São Paulo.
A desembargadora Rosita Maria Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro, foi quem concedeu a liminar a pedido de Arthur Lavigne, advogado de Edmundo. Segundo seu despacho, Edmundo não poderia ser preso porque sua condenação ainda está sendo apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em recurso extraordinário.
Pouco antes da notícia do alvará de soltura, duas viaturas com seis agentes da Polinter haviam chegado ao 14º Distrito Policial de Pinheiros para conduzir Edmundo a uma prisão de regime semiaberto no Rio de Janeiro.
O ex-jogador foi preso na madrugada desta quinta-feira pela polícia paulista ao ser encontrado em um flat na zona sul de São Paulo. Ele era considerado foragido por não se apresentar à polícia depois que o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio, decretou sua prisão.
Em 1999, Edmundo foi considerado culpado pelo acidente que provocou no dia 5 de dezembro de 1995, na região da Lagoa, zona sul do Rio. Na oportunidade, ele colidiu seu carro com outro veículo e causou a morte de três pessoas (Joana Maria Martins Couto, Carlos Frederico Britis Tinoco e Alessandra Cristini Pericier Perrota) e feriu outras três vítimas (Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva e Natascha Marinho Ketzer).
“A sentença foi dada em março de 1999 e confirmada pelo Tribunal de Justiça. Em outubro de 1999 foi decretada a prisão do Edmundo e ele foi preso. No meu ponto de vista, esse momento da prisão marca o início da execução da pena e recomeça a contagem da prescrição”, alegou o juiz Carlos Figueiredo, argumentando que apenas em outubro deste ano o crime será prescrito. A defesa entende que o prazo já foi atingido em março.