Os repórteres Felix Lima (Folha.com), Ricardo Galhardo (iG), Márcia Abos (O Globo) e Fabio Pagotto e Vinícius Pereira (Diário de S. Paulo) foram agredidos por policiais militares durante a cobertura da Marcha da Maconha, no último sábado (21/5), em São Paulo. A PM jogou spray de pimenta no rosto do jornalista da Folha e danificou seu aparelho fotográfico, enquanto registrava a cena de outra agressão. O repórter estava com o crachá de imprensa, mas mesmo assim não foi poupado.
Pagotto teve o pé machucado, ao ser atropelado por uma moto da corporação. Como desculpa, a polícia disse que o veículo estava sem freio.“Já tinha tomado spray na cara, soco e depois fui atropelado. Foi proposital, eu tenho fotos, testemunhas”, afirmou o repórter fotográfico, que ainda sente dores. “Estou aqui com a perna esticada. Antes tinha desinchado, mas ainda está doendo, vou ter que ir ao médico para ver o que aconteceu”, completou.
Seu colega de jornal, o fotógrafo Vinícius Pereira também foi agredido. “Levei de tudo, desde spray de pimenta à porrada com cacetete”, contou.
Ricardo Galhardo, do iG, foi atingido por estilhaços de uma bomba de efeito moral.“Foi um descaso com a imprensa. Mandei um e-mail perguntando o motivo dessa violência e se eles andavam com moto sem freio, mas eles não responderam”, afirmou. O repórter ainda disse que outras perguntas, como o motivo da detenção de um dos manifestantes, também não foram respondidas. O jornalista estranhou o fato de os manifestantes terem sido perseguidos, já que a marcha havia sido negociada com a PM, apenas com algumas restrições.
Márcia Abos, de O Globo, leva, da cobertura da marcha, uma marca roxa no braço, depois que foi atingida pelo escudo de um policial. “Eles foram muito truculentos. Partiam para quem estava na frente. Em todo o momento eu estava com o crachá do Globo e muitos outros jornalistas também estavam identificados”, afirmou.
Todos os repórteres registravam a ação da PM, que perseguiu os manifestantes, cerca de 700 pessoas, por 3 km, com balas de borracha e bombas de efeito moral.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que o caso está sendo apurado.
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